Capuzes de RNA
Análogos de Capuz de RNA
Metiltransferases
Guanosina
RNA
S-Adenosilmetionina
RNA Interferente Pequeno
Metilação
Proteínas não Estruturais Virais
Processamento de RNA
Edição de RNA
RNA Ribossômico
Dados de Sequência Molecular
RNA Bacteriano
RNA Polimerases Dirigidas por DNA
RNA Mensageiro
Interferência de RNA
RNA de Cadeia Dupla
RNA Catalítico
RNA Polimerase II
RNA Fúngico
Estabilidade de RNA
RNA Antissenso
Processamento Pós-Transcricional do RNA
RNA Nuclear Pequeno
RNA de Transferência
Conformação de Ácido Nucleico
Precursores de RNA
RNA não Traduzido
Sequência de Bases
Análise de Sequência de RNA
RNA de Protozoário
RNA de Plantas
RNA Ligase (ATP)
RNA Helicases DEAD-box
RNA Polimerase III
RNA Nuclear
RNA Líder para Processamento
Os "capuzes de RNA" ou "cápsides de RNA" são estruturas proteicas que encapsulam e protegem o ácido ribonucleico (RNA) em certos vírus. Estes capuzes são compostos por unidades repetidas de proteínas virais, chamadas subunidades capsoméricas, que se organizam em uma estrutura simétrica em torno do RNA viral.
Existem dois tipos principais de capuzes de RNA: os icosaédricos e os helicoidais. Os capuzes icosaédricos têm forma de poliedro regular com 20 faces triangulares, enquanto os capuzes helicoidais têm uma forma alongada e flexível.
Os capuzes desempenham um papel importante na infecção viral, pois protegem o RNA viral dos mecanismos de defesa do hospedeiro e facilitam a entrada do RNA no interior das células hospedeiras. Além disso, os capuzes podem também desempenhar um papel na montagem de novos vírus dentro das células infectadas.
A estrutura e a composição dos capuzes de RNA variam entre diferentes famílias de vírus, o que pode influenciar as propriedades biológicas do vírus, como a sua estabilidade, a sua capacidade de infectar diferentes tipos de células hospedeiras e a sua patogenicidade.
Os análogos de capuz de RNA (Abbreviado para "RNAi") são moléculas sintéticas que imitam a estrutura de um capuz de RNA natural, o que resulta na interferência com a expressão gênica de um alvo específico. Eles são frequentemente usados em pesquisas biológicas para silenciar genes de interesse e entender sua função. Além disso, os análogos de capuz de RNA têm mostrado potencial terapêutico em doenças como a doença de Huntington, HIV, HCV e câncer, entre outras.
A estrutura básica de um capuz de RNA é composta por dupla hélice de RNA de aproximadamente 21 pares de bases, com overhangs simples ou duplos em cada extremidade. Existem dois tipos principais de análogos de capuz de RNA: siRNAs (pequenos RNAs interferentes) e shRNAs (pequenos RNAs interferentes encurtados).
Os siRNAs são introduzidos diretamente nas células alvo e induzem a degradação do mRNA complementar, o que impede a tradução da proteína correspondente. Já os shRNAs são transcritos dentro das células por uma enzima chamada RNA polimerase III e processados em siRNAs ativos pela enzima Dicer.
A vantagem dos análogos de capuz de RNA é a sua especificidade para o alvo, o que minimiza os efeitos off-target e torna-os uma ferramenta poderosa em pesquisas genéticas e terapêuticas. No entanto, eles também podem apresentar desafios, como a dificuldade de entrega em células específicas e a possibilidade de desencadear respostas imunes indesejadas.
Metiltransferases são um tipo de enzima que transferem grupos metilo (um átomo de carbono ligado a três átomos de hidrogênio) de um doador de metila, geralmente S-adenosilmetionina (SAM), para um receptor, geralmente outra molécula ou proteína. Este processo é conhecido como metilação e desempenha um papel fundamental em uma variedade de processos biológicos, incluindo a regulação gênica, síntese de neurotransmissores e modificação epigenética.
Existem diferentes tipos de metiltransferases que atuam em diferentes locais e substratos. Algumas metiltransferases estão envolvidas na metilação do DNA, o que pode alterar a expressão gênica ao impedir a ligação de fatores de transcrição ao DNA ou atrair proteínas que reprimem a transcrição. Outras metiltransferases atuam em histonas, as proteínas que organizam o DNA em estruturas nucleossômicas, modificando-as e influenciando assim a compactação do DNA e a expressão gênica.
As metiltransferases também desempenham um papel importante na modificação de outras moléculas, como lípidos e peptídeos, alterando suas propriedades e funções. A disfunção das metiltransferases tem sido associada a várias doenças, incluindo câncer, doenças neurodegenerativas e transtornos mentais.
Guanosina é definida como um nucleósido, que consiste em uma base nitrogenada chamada guanina unida a um açúcar de pentose chamado ribose através de um N-glicosídico linkage. É um dos quatro nucleosídeos que formam o ácido ribonucleico (RNA), sendo os outros três adenosina, citidina e uridina.
A guanosina desempenha um papel importante em várias funções biológicas, incluindo a síntese de DNA e RNA, a transferência de grupos fosfato e a regulação da expressão gênica. Também é encontrada em concentrações significativas em tecidos como o cérebro e os músculos esqueléticos, onde pode atuar como fonte de energia e participar de processos metabólicos.
Em condições patológicas, níveis elevados de guanosina no plasma sanguíneo podem ser um marcador de doenças cardiovasculares, como a insuficiência cardíaca congestiva e a isquemia miocárdica. Além disso, a acumulação de guanosina em células e tecidos pode contribuir para a morte celular e danos teciduais associados às doenças neurodegenerativas, como a doença de Parkinson e a doença de Alzheimer.
RNA viral se refere a um tipo de vírus que utiliza ácido ribonucleico (RNA) como material genético em vez de DNA. Existem diferentes tipos de vírus RNA, incluindo vírus com genoma de RNA de fita simples ou dupla e alguns deles precisam de um hospedeiro celular para completar o seu ciclo reprodutivo. Alguns exemplos de doenças causadas por vírus RNA incluem a gripe, coronavírus (SARS-CoV-2, que causa a COVID-19), dengue, hepatite C e sarampo.
RNA, ou ácido ribonucleico, é um tipo de nucleico presente em todas as células vivas e alguns vírus. Existem diferentes tipos de RNA, incluindo o RNA mensageiro (mRNA), RNA ribossomal (rRNA) e RNA de transferência (tRNA).
O mRNA é responsável por transportar a informação genética codificada no DNA para os ribossomas, onde essa informação é usada para sintetizar proteínas. O rRNA e o tRNA são componentes importantes dos ribossomas e desempenham papéis cruciais na tradução do código genético em aminoácidos durante a síntese de proteínas.
Além disso, existem outros tipos de RNA que desempenham funções regulatórias importantes no organismo, como o microRNA (miRNA), pequenos RNAs interferentes (siRNA) e RNA longo não codificante (lncRNA).
Em resumo, o RNA é uma molécula essencial para a expressão gênica e a síntese de proteínas em células vivas.
S-Adenosilmetionina (SAMe) é um composto orgânico que ocorre naturalmente no corpo humano e desempenha um papel importante no metabolismo. É formado a partir da combinação de metionina, um aminoácido essencial, com adenosil trifosfato (ATP).
SAMe é o principal doador de grupos metilo em reações bioquímicas no corpo humano. Essas reações são importantes para a síntese e ativação de diversas moléculas, incluindo neurotransmissores (como serotonina e dopamina), hormônios, proteínas, e fosfolipídios das membranas celulares. Além disso, SAMe é também envolvido em processos de detoxificação hepática e na síntese do antioxidante glutationa.
Devido à sua importância no metabolismo, baixos níveis de SAMe podem estar associados a diversas condições de saúde, como depressão, doenças hepáticas e osteoartrite. Por isso, SAMe é por vezes utilizado como suplemento dietético para tratar essas condições, embora sua eficácia seja ainda objeto de debate na comunidade científica.
O RNA interferente pequeno (ou small interfering RNA, em inglês, siRNA) refere-se a um tipo específico de molécula de RNA de fita dupla e curta que desempenha um papel fundamental no mecanismo de silenciamento do gene conhecido como interferência de RNA (RNAi). Essas moléculas de siRNA são geralmente geradas a partir de uma via enzimática que processa o RNA de fita dupla longo (dsRNA) inicialmente, o que resulta no corte desse dsRNA em fragmentos curtos de aproximadamente 20-25 nucleotídeos. Posteriormente, esses fragmentos são incorporados em um complexo enzimático chamado de complexo RISC (RNA-induced silencing complex), que é o responsável por identificar e destruir as moléculas de RNA mensageiro (mRNA) complementares a esses fragmentos, levando assim ao silenciamento do gene correspondente. Além disso, os siRNAs também podem induzir a modificação epigenética das regiões promotoras dos genes alvo, levando à sua inativação permanente. Devido à sua capacidade de regular especificamente a expressão gênica, os siRNAs têm sido amplamente estudados e utilizados como ferramentas experimentais em diversas áreas da biologia celular e molecular, bem como em potenciais terapias para doenças humanas relacionadas à expressão anormal de genes.
Em medicina e biologia, a metilação refere-se a um processo bioquímico no qual um grupo metil (um átomo de carbono ligado a três átomos de hidrogênio, CH3) é adicionado a uma molécula. A mais comum e bem estudada forma de metilação ocorre na extremidade do DNA, onde um grupo metil é adicionado a um dos pares de bases, geralmente a citosina, modificando assim a função desse trecho do DNA.
Este processo é catalisado por uma enzima chamada DNA metiltransferase e desempenha um papel importante na regulação da expressão gênica, no controle da replicação do DNA e no processo de desenvolvimento embrionário. Além disso, a metilação anormal do DNA tem sido associada a diversas doenças, incluindo câncer, diabetes e transtornos neurológicos.
As proteínas não estruturais virais (ou "proteínas NS" em inglês) referem-se a um tipo específico de proteínas produzidas por vírus durante o seu ciclo de replicação. Ao contrário das proteínas estruturais, que desempenham um papel direto na formação da virion (a partícula viral infecciosa), as proteínas não estruturais não são componentes do virion finalizado e geralmente desempenham funções regulatórias ou enzimáticas no processo de replicação viral.
Essas proteínas podem ser envolvidas em diversos processos, como a transcrição e tradução dos genes virais, o controle do ciclo celular da célula hospedeira, a modulação da resposta imune do organismo infectado, a replicação do genoma viral, e o empacotamento e libertação dos novos virions.
Apesar de não serem componentes estruturais do virion, as proteínas não estruturais podem estar presentes no interior da célula hospedeira durante a infecção e, em alguns casos, podem ser detectadas em amostras clínicas de pacientes infectados. A análise das proteínas não estruturais pode fornecer informações importantes sobre o ciclo de replicação do vírus, sua patogênese e a possível interação com sistemas celulares ou terapêuticos.
O Processamento do RNA, ou maturação do RNA, refere-se a um conjunto de modificações e manipulações que ocorrem em diferentes tipos de moléculas de RNA (ácido ribonucleico) imediatamente após a transcrição do DNA para RNA. Estes processos incluem:
1. Capping (ou capilarização): Adição de uma estrutura modificada, chamada "cap", à extremidade 5' da molécula de RNA. Essa modificação protege a molécula de RNA contra degradação enzimática e facilita o transporte do RNA para o citoplasma e sua tradução em proteínas.
2. Tail (ou cauda): Adição de uma sequência de repetições de nucleotídeos de uridina, chamada "poly(A) tail" ou simplesmente "tail", à extremidade 3' da molécula de RNA. Essa modificação também protege a molécula de RNA contra degradação enzimática e facilita sua exportação para o citoplasma e tradução em proteínas.
3. Splicing (ou processamento do empalme): Remoção de intrões, ou sequências não-codificantes, presentes no RNA pré-mRNA (RNA mensageiro primário) e junção das sequências codificantes (exões) restantes. Isso gera uma molécula de RNA mensageiro maduro, capaz de ser traduzida em proteínas.
4. Edição do RNA: Alterações pontuais na sequência de nucleotídeos do RNA, como a adição, remoção ou modificação de um único nucleotídeo. Essas alterações podem resultar em mudanças na sequência de aminoácidos da proteína final e, consequentemente, em sua estrutura e função.
5. Modificações no RNA: Alterações químicas nas bases do RNA, como a metilação ou a hidroxilação, que podem influenciar na estabilidade da molécula de RNA, na sua interação com outras moléculas e no processo de tradução.
Esses processos de maturação do RNA são essenciais para a geração de proteínas funcionais e estão intimamente relacionados com a regulação da expressão gênica. Defeitos nesses processos podem resultar em diversas doenças genéticas, como distúrbios neurológicos, síndromes congênitas e câncer.
A edição do RNA é um processo biológico no qual se produzem modificações químicas específicas em certas moléculas de RNA após a transcrição do DNA e antes da tradução em proteínas. Essas modificações podem envolver a inserção, deleção ou alteração de uma ou mais bases no RNA, levando assim à produção de aminoácidos não codificados pela sequência original do DNA.
Existem diferentes tipos de edição de RNA, sendo o mais comum a adição ou remoção de um grupo metil em uma base de RNA. No entanto, o tipo mais estudado e bem compreendido de edição de RNA é a A-to-I editing (edição A-to-I), na qual se realiza a conversão de um nucleotídeo adenosina (A) em um nucleotídeo inosina (I). Essa modificação é catalisada por uma enzima chamada ADAR (adenosine deaminase acting on RNA), que remove o grupo amino do nitrogénio da base adenosina, convertendo-a em inosina.
A edição de RNA desempenha um papel importante na regulação gênica e na diversificação das proteínas produzidas a partir de um único gene. Além disso, está associada à patogênese de várias doenças neurológicas e neoplásicas, tornando-se assim um alvo potencial para o desenvolvimento de terapias.
RNA ribossomal (rRNA) se refere a um tipo específico de ácido ribonucleico presente nos ribossomas, as estruturas citoplasmáticas envolvidas na síntese proteica. Os rRNAs desempenham um papel crucial no processo de tradução, que consiste em transformar a informação genética contida no mRNA (ácido ribonucleico mensageiro) em uma cadeia polipeptídica específica.
Existem diferentes tipos e tamanhos de rRNAs, dependendo do organismo e do tipo de ribossoma em que estão presentes. Em células eucarióticas, os ribossomas possuem quatro moléculas de rRNA distintas: a subunidade maior contém um rRNA 28S, um rRNA 5,8S e um rRNA 5S, enquanto que a subunidade menor contém um rRNA 18S. Já em células procarióticas, os ribossomas possuem três tipos de rRNAs: a subunidade maior contém um rRNA 23S e um rRNA 5S, enquanto que a subunidade menor contém um rRNA 16S.
Além da síntese proteica, os rRNAs também desempenham outras funções importantes, como ajudar na formação e estabilização da estrutura do ribossoma, participar na iniciação, elongação e terminação da tradução, e interagir com outros fatores envolvidos no processo de tradução. Devido à sua importância funcional e estrutural, os rRNAs são frequentemente usados como marcadores moleculares para estudar a evolução e filogenia de organismos.
"Dados de sequência molecular" referem-se a informações sobre a ordem ou seqüência dos constituintes moleculares em uma molécula biológica específica, particularmente ácidos nucléicos (como DNA ou RNA) e proteínas. Esses dados são obtidos através de técnicas experimentais, como sequenciamento de DNA ou proteínas, e fornecem informações fundamentais sobre a estrutura, função e evolução das moléculas biológicas. A análise desses dados pode revelar padrões e características importantes, tais como genes, sítios de ligação regulatórios, domínios proteicos e motivos estruturais, que podem ser usados para fins de pesquisa científica, diagnóstico clínico ou desenvolvimento de biotecnologia.
O RNA bacteriano se refere ao ácido ribonucleico encontrado em organismos procariotos, como bactérias. Existem diferentes tipos de RNA bacterianos, incluindo:
1. RNA mensageiro (mRNA): é responsável por transportar a informação genética codificada no DNA para as ribossomos, onde é traduzida em proteínas.
2. RNA ribossômico (rRNA): é um componente estrutural e funcional dos ribossomos, que desempenham um papel fundamental no processo de tradução da síntese de proteínas.
3. RNA de transferência (tRNA): é responsável por transportar os aminoácidos para o local de síntese de proteínas nos ribossomos, onde são unidos em uma cadeia polipeptídica durante a tradução do mRNA.
O RNA bacteriano desempenha um papel crucial no metabolismo e na expressão gênica dos organismos procariotos, sendo alvo de diversos antibióticos que interferem em seu processamento ou funcionamento, como a rifampicina, que inibe a transcrição do RNA bacteriano.
RNA polimerases dirigidas por DNA são enzimas essenciais para a transcrição do DNA em RNA. Eles são responsáveis pela síntese de RNA usando uma sequência de DNA como modelo. Existem três tipos principais de RNA polimerases em procariotos: RNA polimerase I, II e III, cada um dos quais é responsável por transcribir diferentes genes. Em eucariotos, existem três tipos principais de RNA polimerases também: RNA polimerase I, II e III, que são responsáveis pela transcrição de genes específicos em diferentes compartimentos celulares. A RNA polimerase II, por exemplo, é a enzima responsável pela transcrição dos genes que codificam para proteínas.
A RNA polimerase se liga à molécula de DNA no local chamado promotor e desliza ao longo da molécula de DNA até encontrar o início do gene a ser transcrito. Em seguida, a enzima começa a adicionar nucleotídeos de RNA à cadeia em crescimento, baseada na sequência de pares de bases no DNA. A RNA polimerase é capaz de ler a informação genética codificada no DNA e usá-la para criar uma cópia de RNA complementar.
A atividade da RNA polimerase é altamente regulada em células vivas, pois o processo de transcrição é um ponto crucial na regulação da expressão gênica. A ativação ou inibição da RNA polimerase pode afetar a taxa de produção de proteínas e, portanto, desempenhar um papel importante no controle dos processos celulares.
RNA mensageiro (mRNA) é um tipo de RNA que transporta a informação genética codificada no DNA para o citoplasma das células, onde essa informação é usada como modelo para sintetizar proteínas. Esse processo é chamado de transcrição e tradução. O mRNA é produzido a partir do DNA através da atuação de enzimas específicas, como a RNA polimerase, que "transcreve" o código genético presente no DNA em uma molécula de mRNA complementar. O mRNA é então traduzido em proteínas por ribossomos e outros fatores envolvidos na síntese de proteínas, como os tRNAs (transportadores de RNA). A sequência de nucleotídeos no mRNA determina a sequência de aminoácidos nas proteínas sintetizadas. Portanto, o mRNA é um intermediário essencial na expressão gênica e no controle da síntese de proteínas em células vivas.
Os vírus de RNA (RNA, do inglês, Ribonucleic Acid) são um tipo de vírus que possuem genoma constituído por ácido ribonucleico. Esses vírus diferem dos vírus de DNA (Deoxyribonucleic Acid) em relação à sua replicação e transcrição, visto que os vírus de RNA geralmente utilizam o mecanismo de tradução direta do genoma para a síntese de proteínas.
Existem diferentes tipos de vírus de RNA, classificados conforme sua estrutura e ciclo de replicação. Alguns deles são:
1. Vírus de RNA de fita simples (ssRNA): Esses vírus possuem um único fio de RNA como genoma, que pode ser de sentido positivo (+) ou negativo (-). Os vírus de RNA de sentido positivo podem ser traduzidos diretamente em proteínas após a infecção da célula hospedeira, enquanto os de sentido negativo requerem a produção de uma molécula complementar antes da tradução.
2. Vírus de RNA de fita dupla (dsRNA): Esses vírus possuem dois filamentos de RNA como genoma, geralmente em configuração de "anel" ou "haste". A replicação desse tipo de vírus envolve a produção de moléculas de RNA de sentido simples intermediárias.
3. Retrovírus: Esses vírus possuem um genoma de RNA de fita simples e utilizam a enzima transcriptase reversa para converter seu próprio RNA em DNA, o qual é então integrado ao genoma da célula hospedeira.
Alguns exemplos de doenças causadas por vírus de RNA incluem: gripe (influenza), coronavírus (SARS-CoV-2, MERS-CoV e SARS-CoV), hepatite C, poliomielite, dengue, zika, ebola e raiva.
A interferência de RNA (RNAi) é um mecanismo de silenciamento gênico em células eucariontes que envolve a inativação ou degradação de moléculas de RNA mensageiro (mRNA) para impedir a tradução do mRNA em proteínas. Isto é desencadeado pela presença de pequenas moléculas de RNA duplas chamadas siRNAs (pequenos RNAs interferentes) ou miRNAs (miRNAs, microRNAs), que se assemelham a parte do mRNA alvo. Esses pequenos RNAs se associam a um complexo proteico chamado de complexo RISC (Complexo da Argonauta associado ao RNA interferente), o qual é capaz de reconhecer e clivar o mRNA alvo, levando à sua destruição e, consequentemente, à inibição da síntese proteica. A interferência de RNA desempenha um papel importante na regulação gênica, defesa contra elementos genéticos móveis (tais como vírus) e desenvolvimento embrionário em organismos superiores.
RNA de cadeia dupla (dsRNA) se refere a um tipo de molécula de RNA que tem duas cadeias complementares, formando uma estrutura secundária em duplex. Normalmente, o RNA é encontrado como uma única cadeia simples, mas existem situações específicas em que as moléculas de RNA podem se emparelhar e formar uma estrutura em duplex.
A formação de dsRNA pode ocorrer naturalmente em células, por exemplo, no caso dos intrões não-codificantes que são processados para formar RNAs de cadeia dupla intermediários durante a maturação do RNA. Além disso, alguns vírus possuem genomas de RNA de cadeia dupla.
O dsRNA também pode ser sintetizado artificialmente e usado em pesquisas laboratoriais como uma ferramenta para silenciar genes específicos por meio do mecanismo de interferência de RNA (RNAi). Neste processo, a dsRNA é cortada em pequenos fragmentos de RNA dupla curta (dsRNA short), que então se ligam a enzimas específicas chamadas dicer. Esses fragmentos são posteriormente usados para guiar a destruição das moléculas de mRNA complementares, o que leva à diminuição da expressão gênica do gene alvo.
RNA catalítico, também conhecido como ribozima, refere-se a um tipo específico de RNA (ácido ribonucleico) que tem atividade catalítica, ou seja, é capaz de acelerar reações químicas. Isso significa que o RNA catalítico age como uma enzima, facilitando reações químicas no corpo.
A descoberta do RNA catalítico foi uma descoberta surpreendente e importante na biologia molecular, pois antes disso, as enzimas eram geralmente consideradas compostos proteicos. A descoberta do RNA catalítico sugeriu que o RNA pode ter desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento da vida primitiva na Terra, uma teoria conhecida como "RNA mundo" hipótese.
O RNA catalítico é encontrado em vários contextos biológicos e desempenha funções importantes em células vivas. Por exemplo, o RNA ribossomal, um tipo de RNA presente no ribossomo, a estrutura celular responsável pela tradução do RNA mensageiro em proteínas, tem atividade catalítica e desempenha um papel essencial neste processo. Além disso, alguns vírus contêm RNA catalítico que é importante para a replicação do vírus.
RNA polimerase II é uma enzima essencial em eucariotos que desempenha um papel central na transcrição dos genes que codificam proteínas. Ela é responsável pela síntese de RNA mensageiro (mRNA), um tipo de RNA que carrega informação genética do DNA para o citoplasma, onde é usada no processo de tradução para sintetizar proteínas.
A RNA polimerase II é uma grande proteína complexa composta por 12 subunidades diferentes. Ela se liga ao DNA na região promotora do gene a ser transcrito e, em seguida, "desliza" ao longo do DNA, adicionando nucleotídeos individuais de RNA à cadeia crescente de mRNA, conforme dictado pela sequência de pares de bases no DNA.
A atividade da RNA polimerase II é altamente regulada e envolve uma variedade de fatores de transcrição que se ligam a elementos regulatórios no DNA para controlar a taxa e a especificidade da transcrição. A RNA polimerase II também desempenha um papel na processamento do mRNA, incluindo a adição de um cap de metilação no início da molécula de mRNA e a adição de uma cauda de poli(A) no final.
O "Dobramento de RNA" (em inglês, "RNA folding") refere-se ao processo pelo qual a molécula de RNA (ácido ribonucleico) se dobra e forma uma estrutura tridimensional específica. Após a transcrição do DNA para o RNA, as sequências de nucleotídeos no RNA podem formar ligações de hidrogênio entre si, levando à formação de pares de bases e à formação de estruturas secundárias como hélices alfa, hélices pi e laços. Essas interações entre as sequências complementares no RNA permitem que a molécula se dobre em uma configuração tridimensional específica, o que é crucial para sua função biológica.
A formação de estruturas secundárias e terciárias está altamente regulada e desempenha um papel importante na regulação da expressão gênica, na localização subcelular do RNA e no processamento do RNA. Algumas moléculas de RNA, como os ribossomos e os intrões, têm estruturas tridimensionais muito complexas que são essenciais para sua função.
A previsão da estrutura do RNA é um desafio importante na biologia computacional, pois a compreensão da estrutura do RNA pode fornecer informações importantes sobre sua função e interação com outras moléculas. Existem vários algoritmos e ferramentas disponíveis para prever a estrutura secundária e terciária do RNA, mas ainda há muito a ser aprendido sobre os fatores que influenciam o dobramento do RNA e sua relação com a função biológica.
O RNA fúngico se refere a diferentes tipos de moléculas de RNA encontradas em fungos, que desempenham papéis importantes em diversos processos celulares. Embora haja vários tipos de RNA fúngico, alguns dos mais estudados incluem:
1. RNA mensageiro (mRNA): Essas moléculas de RNA transportam geneticamente informação codificada no DNA para o citoplasma, onde são traduzidas em proteínas.
2. RNA ribossomal (rRNA): Os rRNAs são componentes estruturais e funcionais dos ribossomas, as máquinas moleculares responsáveis pela tradução do mRNA em proteínas.
3. RNA de transferência (tRNA): As moléculas de tRNA transportam aminoácidos para o local de tradução no ribossoma, onde são unidas para formar uma cadeia polipeptídica durante a síntese de proteínas.
4. RNA pequeno nuclear (snRNA): snRNAs desempenham um papel importante na maturação do mRNA e no processamento dos intrões, que são sequências não codificantes de RNA presentes no DNA.
5. RNA longo não codificante (lncRNA): lncRNAs são transcritos longos de RNA que não codificam proteínas e desempenham funções reguladoras importantes em vários processos celulares, como a expressão gênica e a organização da cromatina.
6. microRNA (miRNA): miRNAs são pequenas moléculas de RNA não codificantes que desempenham um papel importante na regulação pós-transcricional da expressão gênica, inibindo a tradução ou promovendo a degradação do mRNA alvo.
7. pequenos RNAs interferentes (siRNA): siRNAs são pequenas moléculas de RNA duplas que desempenham um papel importante na defesa contra elementos genéticos invasores, como vírus e transposons, promovendo a degradação do mRNA alvo.
8. RNA circundante (circRNA): circRNAs são moléculas de RNA circular não codificantes que desempenham funções reguladoras importantes em vários processos celulares, como a expressão gênica e a organização da cromatina.
A estabilidade do RNA é um termo usado para descrever a resistência de um ácido ribonucleico (RNA) à degradação enzimática ou química. O RNA é uma molécula labível que pode ser facilmente degradada por várias ribonucleases (enzimas que degradam RNA) e condições ambientais, como pH e temperatura extremos, e exposição a substâncias químicas.
A estabilidade do RNA é um fator importante na regulação da expressão gênica, pois o tempo de vida de um transcrito de RNA pode influenciar a quantidade de proteína produzida a partir desse RNA. Alguns fatores que podem afetar a estabilidade do RNA incluem:
1. Estrutura secundária: A formação de estruturas secundárias, como loops e pares de bases, pode proteger o RNA da degradação enzimática.
2. Modificações químicas: A adição de grupos químicos, como metilação ou hidroxilação, pode aumentar a estabilidade do RNA.
3. Localização subcelular: O local onde o RNA é produzido e armazenado pode influenciar sua exposição às ribonucleases e sua estabilidade geral.
4. Interações proteicas: A ligação de proteínas específicas ao RNA pode protegê-lo da degradação enzimática e aumentar sua estabilidade.
5. Sequência: Algumas sequências de nucleotídeos podem ser particularmente propensas à degradação enzimática, enquanto outras podem ser mais estáveis.
Em resumo, a estabilidade do RNA refere-se à resistência da molécula de RNA à degradação e é um fator importante na regulação da expressão gênica. A compreensão dos mecanismos que controlam a estabilidade do RNA pode fornecer informações importantes sobre a função e a regulação dos genes em organismos vivos.
RNA helicases são enzimas que desempenham um papel crucial no processamento e reorganização dos ácidos ribonucleicos (ARN) nas células. Sua função principal é separar as duplas hélices de RNA ou RNA-DNA e ajudar a desovular e remodelar as estruturas de RNA, o que é essencial para a regulação gênica e a expressão dos genes.
As RNA helicases usam energia derivada da hidrolise de nucleosídeos trifosfatos (NTPs), geralmente ATP, para desembrulhar as hélices de RNA e alterar sua estrutura terciária. Isso permite que outras enzimas e fatores de transcrição acessem e interajam com o RNA, facilitando processos como a tradução, a reparação do RNA e o processamento do RNA.
As RNA helicases estão envolvidas em diversos processos celulares, incluindo a transcrição, o splicing de RNA, a exportação nuclear de RNA, a tradução e o decaimento do RNA. Devido à sua importância na regulação da expressão gênica, as disfunções nas RNA helicases podem contribuir para o desenvolvimento de várias doenças genéticas e neoplásicas.
RNA antissenso é um tipo de molécula de RNA que se baseia complementarmente a outra molécula de RNA ou DNA, chamada de sentido ou codificante. O RNA antissenso pode regular a expressão gênica ao se hibridizar com o RNA mensageiro (mRNA) antes da tradução, impedindo assim a síntese de proteínas a partir desse mRNA. Esse processo é conhecido como interferência do RNA ou RNAi. Além disso, o RNA antissenso também pode regular a atividade de genes não codificantes e outros tipos de RNAs. A interferência do RNA desencadeada pelo RNA antissenso é um mecanismo importante na regulação gênica e defesa contra elementos genéticos móveis, como vírus e transposons.
O Processamento Pós-Transcricional do RNA (PPT) é um conjunto complexo de modificações e manipulações que ocorrem no RNA após a transcrição do DNA e antes da tradução em proteínas. Esses processos incluem:
1. **Capping:** A adição de uma capa (cap) na extremidade 5' do RNA, geralmente composta por um grupo metilado guanina. Isso protege o RNA da degradação enzimática e facilita a tradução.
2. **Tailing:** A adição de uma cauda de poli(A) na extremidade 3' do RNA, que também ajuda a proteger o RNA da degradação e participa no transporte nuclear e exportação citoplasmática.
3. **Splicing:** O processo de remoção dos intrões (sequências não-codificantes) e junção dos exões (sequências codificantes), resultando em uma molécula de RNA maduro funcional. Alguns RNAs podem sofrer splicing alternativo, o que gera diferentes variações do mesmo gene.
4. **Edição:** Modificações químicas específicas em nucleotídeos individuais do RNA, como a conversão de citidina em uridina (C-to-U) ou a adição/remoção de grupos metil. Essas modificações podem alterar a sequência e/ou a estrutura do RNA, influenciando na tradução e no processamento final da proteína.
5. **Modificações químicas:** Outras modificações químicas nos nucleotídeos do RNA, como a metilação de adeninas ou citidinas, podem ocorrer em diferentes posições e afetar a estabilidade, localização e função do RNA.
Esses processos permitem que uma única sequência de DNA codifique para diversas proteínas e/ou regule a expressão gênica em diferentes condições celulares. Além disso, podem contribuir para a diversidade genética e à evolução dos organismos vivos.
O RNA nuclear pequeno, ou snRNA (do inglês small nuclear RNA), é um tipo de molécula de RNA que se encontra no núcleo das células eucarióticas. Elas desempenham um papel crucial em vários processos celulares, especialmente na maturação do RNA mensageiro (mRNA) durante a transcrição.
Os snRNAs são componentes dos complexos de processamento de RNA chamados espliceossomos, que removem os intrões (sequências não-codificantes) e unem os exões (sequências codificantes) do mRNA durante a maturação. Além disso, os snRNAs também estão envolvidos em outros processos celulares, como a regulação da expressão gênica e a defesa contra vírus.
Existem diferentes tipos de snRNAs, cada um com uma função específica no núcleo da célula. Eles são sintetizados no núcleo e posteriormente processados antes de serem transportados para o citoplasma, onde desempenham suas funções. A importância dos snRNAs na regulação da expressão gênica e no processamento do RNA tornou-os um importante alvo de estudo em biologia molecular e genética.
RNA de transferência (tRNA) é um tipo pequeno de RNA não-codificante, geralmente composto por cerca de 70-90 nucleotídeos, que desempenha um papel fundamental na tradução dos mRNAs em proteínas. Cada molécula de tRNA é responsável por transportar um único aminoácido específico do citoplasma para o local de síntese das proteínas, o ribossoma, durante a tradução.
A extremidade 3' dos tRNAs contém o anticódon, uma sequência de três nucleotídeos complementares ao código genético (mRNA) no local de leitura do ribossoma. Ao se ligar a este sítio, o tRNA garante que o aminoácido correto seja incorporado na cadeia polipeptídica em crescimento.
Os tRNAs sofrem modificações pós-transcricionais complexas para adquirirem sua estrutura tridimensional característica em forma de L, com a extremidade 3' do anticódon e a extremidade 5', onde se liga o aminoácido específico, localizadas próximas uma da outra. Essa estrutura permite que os tRNAs funcionem adequadamente no processo de tradução e garantam a precisão na síntese das proteínas.
A "conformação de ácido nucleico" refere-se à estrutura tridimensional que um ácido nucleico, como DNA ou RNA, assume devido a interações químicas e físicas entre seus constituintes. A conformação é essencialmente o "enrolamento" do ácido nucleico e pode ser influenciada por fatores como sequência de base, nível de hidratação, carga iônica e interações com proteínas ou outras moléculas.
No DNA em particular, a conformação mais comum é a dupla hélice B, descrita pela primeira vez por James Watson e Francis Crick em 1953. Nesta conformação, as duas cadeias de DNA são antiparalelas (direções opostas) e giram em torno de um eixo comum em aproximadamente 36 graus por pares de bases, resultando em cerca de 10 pares de bases por volta da hélice.
No entanto, o DNA pode adotar diferentes conformações dependendo das condições ambientais e da sequência de nucleotídeos. Algumas dessas conformações incluem a dupla hélice A, a hélice Z e formas triplex e quadruplex. Cada uma destas conformações tem propriedades únicas que podem influenciar a função do DNA em processos biológicos como replicação, transcrição e reparo.
A conformação dos ácidos nucleicos desempenha um papel fundamental na compreensão de sua função e interação com outras moléculas no contexto celular.
Precursores de RNA, ou pré-RNA, se referem aos tipos específicos de moléculas de RNA (ácido ribonucleico) que estão no processo de serem sintetizadas ou processadas e ainda não atingiram sua forma madura funcional. Existem três principais tipos de RNA maduros com funções distintas: o RNA mensageiro (mRNA), que transporta geneticamente codificada informação do DNA para o citoplasma; o RNA ribossomal (rRNA), que é um componente estrutural dos ribossomas, as máquinas moleculares responsáveis pela tradução de mRNA em proteínas; e o RNA de transferência (tRNA), que serve como adaptador entre o código genético no mRNA e os aminoácidos específicos durante a síntese de proteínas.
Os precursores de RNA geralmente passam por uma série de modificações e processamentos antes de atingirem suas formas maduras. Esses processos podem incluir:
1. Transcrição: A síntese do pré-RNA a partir do DNA template usando a enzima RNA polimerase.
2. Processamento: O corte e a união de segmentos de pré-RNA, às vezes em conjunto com a adição de grupos químicos modificadores, como a capa na extremidade 5' e a cauda poly(A) na extremidade 3'.
3. Modificações: A adição de grupos químicos especiais, tais como a formação de pontes de hidrogênio entre as bases do RNA para estabilizá-lo ou modificar sua estrutura tridimensional.
Alguns exemplos de precursores de RNA incluem o pré-mRNA, que é transcrito a partir do DNA e passa por processamento, incluindo splicing (remoção dos intrões) antes de se tornar mRNA maduro; e o pré-rRNA, que sofre extensas modificações e processamentos antes de formar os rRNAs presentes nas ribossomos.
RNA não traduzido, ou ncRNA (do inglês non-coding RNA), refere-se a qualquer tipo de molécula de RNA que não codifica para a síntese de proteínas. Embora o dogma central da biologia molecular tenha historicamente considerado o RNA como um mero intermediário na tradução do DNA em proteínas, estudos recentes demonstraram que uma grande fração do genoma humano é transcrita em diferentes tipos de RNAs não codificantes.
Esses RNAs desempenham diversas funções importantes nas células, como a regulação da expressão gênica, a modulação da estrutura e organização dos cromossomos, o processamento e degradação do RNA messager (mRNA), entre outras. Alguns exemplos bem conhecidos de ncRNAs incluem os microRNAs (miRNAs), pequenos RNAs interferentes (siRNAs), RNAs longos não codificantes (lncRNAs) e RNAs ribossomais e de transferência.
A descoberta e caracterização dos RNAs não traduzidos tiveram um grande impacto no campo da biologia molecular, pois ampliaram nossa compreensão sobre a complexidade e diversidade das funções regulatórias no genoma. Além disso, alterações no processamento e expressão desses RNAs foram associadas a diversas doenças humanas, como câncer, diabetes e transtornos neurológicos, tornando-os alvos promissores para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas.
Uma "sequência de bases" é um termo usado em genética e biologia molecular para se referir à ordem específica dos nucleotides (adenina, timina, guanina e citosina) que formam o DNA. Essa sequência contém informação genética hereditária que determina as características de um organismo vivo. Ela pode ser representada como uma cadeia linear de letras A, T, G e C, onde cada letra corresponde a um nucleotide específico (A para adenina, T para timina, G para guanina e C para citosina). A sequência de bases é crucial para a expressão gênica, pois codifica as instruções para a síntese de proteínas.
A "RNA Sequence Analysis" é um termo usado na medicina e genética para descrever o processo de identificação e análise de sequências de nucleotídeos em moléculas de RNA (ácido ribonucleico). Essa análise pode fornecer informações valiosas sobre a função, estrutura e regulação gênica dos genes em um genoma.
O processo geralmente começa com a extração e purificação do RNA a partir de tecidos ou células, seguido pelo sequenciamento do RNA usando tecnologias de alta-travessia como a sequenciação de RNA de próxima geração (RNA-Seq). Isso gera um grande volume de dados brutos que são então analisados usando métodos bioinformáticos para mapear as sequências de RNA de volta ao genoma de referência e identificar variantes e expressões gênicas.
A análise da sequência de RNA pode ser usada para detectar mutações, variações de expressão gênica, splicing alternativo e outras alterações na regulação gênica que podem estar associadas a doenças genéticas ou cancerígenas. Além disso, essa análise pode ajudar a identificar novos genes e RNA não-codificantes, além de fornecer informações sobre a evolução e diversidade dos genomas.
O "RNA de protozoário" não é um termo médico ou científico amplamente reconhecido ou usado em biologia molecular ou genética. RNA (ácido ribonucleico) é um tipo de ácido nucleico presente em todos os organismos vivos, incluindo protozoários, que são organismos unicelulares e eukaryotic.
No entanto, em alguns contextos específicos, pesquisadores podem se referir a "RNA de protozoário" para se referir aos tipos ou funções específicas de RNA encontrados em protozoários. Por exemplo, alguns protozoários têm organelos especializados chamados mitocôndrias e hidrogenossomas, que contêm seus próprios genomas e expressão génica. Nesses casos, os cientistas podem se referir a "RNA de protozoário" para se referir aos RNAs transcritos dos genomas mitocondriais ou hidrogenossomais em protozoários específicos.
Além disso, os protozoários têm uma variedade de mecanismos de regulação génica e processamento de RNA únicos que podem ser objeto de estudo. Nesses casos, "RNA de protozoário" pode se referir aos tipos ou funções específicas de RNA envolvidos nesses mecanismos em protozoários.
Portanto, é importante notar que a definição e o uso do termo "RNA de protozoário" podem variar dependendo do contexto e da pesquisa específicos.
RNAs de plantas se referem a diferentes tipos de ácidos ribonucleicos presentes em organismos vegetais. Ácido ribonucleico (RNA) é um tipo de ácido nucleico essencial para a síntese de proteínas e outras funções biológicas importantes em células vivas. Existem vários tipos de RNAs presentes nas plantas, incluindo:
1. RNA mensageiro (mRNA): Esses RNAs transportam a informação genética codificada no DNA para o citoplasma da célula, onde são traduzidos em proteínas.
2. RNA ribossomal (rRNA): Os rRNAs são componentes estruturais e funcionais dos ribossomas, orgâneos celulares envolvidos na síntese de proteínas. Eles desempenham um papel crucial no processo de tradução, onde o mRNA é convertido em uma sequência de aminoácidos para formar uma proteína.
3. RNA de transferência (tRNA): Os tRNAs são adaptadores que leem a sequência de nucleotídeos no mRNA e a correlacionam com os respetivos aminoácidos, trazendo-os juntos durante o processo de tradução para formar uma cadeia polipeptídica.
4. RNAs longos não codificantes (lncRNAs): Esses RNAs são transcritos de DNA que não codifica proteínas e desempenham funções regulatórias importantes em diversos processos celulares, como a expressão gênica, a organização da cromatina e o processamento do RNA.
5. microRNAs (miRNAs): Os miRNAs são pequenos RNAs não codificantes que desempenham um papel importante na regulação pós-transcricional da expressão gênica, inibindo a tradução ou promovendo a degradação do mRNA alvo.
6. pequenos RNAs interferentes (siRNAs): Os siRNAs são pequenos RNAs duplamente cativas que desempenham um papel importante na defesa contra elementos genéticos invasores, como vírus e transposons, através do processo de silenciamento do gene.
7. RNAs circunscritos (circRNAs): Esses RNAs são formados por um processo de circularização de uma sequência linear de RNA, geralmente originada da transcrição inversa de intrões ou exões. Podem desempenhar funções regulatórias importantes em diversos processos celulares, como a expressão gênica e o processamento do RNA.
Em resumo, os RNAs são moléculas essenciais para a vida e desempenham um papel fundamental na regulação dos processos celulares em todos os domínios da vida. No reino dos procariotos, como as bactérias, os RNAs são especialmente importantes no processamento do RNA e na tradução do mRNA em proteínas. Em eucariotos, como os humanos, os RNAs desempenham um papel ainda mais diversificado, incluindo a regulação da expressão gênica, o processamento do RNA e a tradução do mRNA em proteínas. Além disso, os RNAs também podem atuar como enzimas (ribozimas) e como moléculas de armazenamento de energia (ARNs de transferência).
RNA neoplásico, ou RNA anormalmente expresso em neoplasias, refere-se a alterações no perfil de expressão de RNAs (incluindo RNA mensageiro, RNA ribossomal e RNA não codificante) que ocorrem em células cancerosas ou tumorais. Essas alterações podem resultar na sobre-expressão, sub-expressão ou produção de formas anormais de RNA, levando ao desregulamento dos processos celulares normais e contribuindo para a patogênese do câncer. A análise do RNA neoplásico pode fornecer informações importantes sobre a biologia do câncer e pode ser útil no desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas e diagnósticas para doenças cancerígenas.
RNA helicases DEAD-box são uma classe específica de enzimas que desempenham um papel crucial na manipulação e remodelação dos complexos de RNA (ácido ribonucleico) durante a transcrição, tradução e outros processos celulares relacionados. A denominação 'DEAD-box' refere-se à presença de um motivo conservado de sequência de aminoácidos que contém os resíduos de aspartato (D) e glutamato (E) específicos, geralmente organizados como "DEAD" na nomenclatura.
As RNA helicases DEAD-box são ATPases dependentes de cadeia dupla (DSRNA), o que significa que requerem energia proveniente da hidrólise do ATP (adenosina trifosfato) para desembrulhar e separar as hélices de RNA, bem como para promover a formação ou dissociação de complexos ribonucleoproteicos.
Essas enzimas são essenciais para uma variedade de processos celulares envolvendo o RNA, incluindo:
1. Iniciação da tradução: As helicases DEAD-box ajudam a desembrulhar a região 5' não traduzida (5' UTR) do mRNA (ARN mensageiro), permitindo que o ribossomo se ligue e inicie a tradução.
2. Processamento de RNA: As helicases DEAD-box desempenham um papel na remoção de estruturas secundárias do RNA, facilitando assim o processamento preciso dos pré-mRNAs (ARN mensageiro primário) e outros tipos de RNA.
3. Remodelação de complexos ribonucleoproteicos: As helicases DEAD-box ajudam a dissociar ou reorganizar os complexos ribonucleoproteicos, como o spliceossomo e o ribossomo, durante a maturação do RNA.
4. Transporte de RNA: As helicases DEAD-box são necessárias para desembrulhar as estruturas secundárias do RNA, permitindo que os RNA sejam transportados entre diferentes compartimentos celulares.
5. Regulação da expressão gênica: As helicases DEAD-box podem participar de mecanismos de regulação da expressão gênica, como a desestabilização de estruturas secundárias no RNA que impedem a ligação de fatores regulatórios.
Em resumo, as helicases DEAD-box são enzimas essenciais para o processamento e funcionamento adequados do RNA em diversos processos celulares. Sua capacidade de desembrulhar e remodelar estruturas secundárias do RNA é fundamental para garantir a precisão e eficiência dos processos envolvendo o RNA.
RNA Polimerase III é um tipo de enzima que desempenha um papel crucial na transcrição do DNA para a produção de RNA em células vivas. Mais especificamente, a RNA Polimerase III está envolvida no processo de transcrição dos genes que codificam os tipos de RNA denominados pequenos RNA nucleares (snRNAs) e RNA transferência (tRNAs). Estes RNA desempenham funções importantes na maturação do RNA e no processo de tradução do ARNm em proteínas, respectivamente.
A RNA Polimerase III é uma das três principais RNA polimerases presentes nas células eucarióticas, sendo as outras duas a RNA Polimerase I e a RNA Polimerase II. Cada tipo de RNA polimerase tem um conjunto específico de genes alvo que transcriciona. A RNA Polimerase III é composta por 12 subunidades proteicas distintas e sua estrutura e função são altamente conservadas em diferentes espécies, desde leveduras a humanos.
A atividade da RNA Polimerase III é regulada por vários fatores, incluindo proteínas reguladoras e elementos de controle presentes no DNA. A disfunção ou desregulação da RNA Polimerase III tem sido associada a diversas doenças genéticas e cancerígenas.
O RNA nuclear, também conhecido como ribonucleico nuclear ou hnRNA (heterogeneous nuclear RNA), refere-se a um tipo de RNA presente no núcleo das células eucarióticas. Ele é chamado de "heterogêneo" porque sua composição e tamanho variam consideravelmente entre diferentes genes e espécies.
O hnRNA é transcrito a partir do DNA como uma cópia complementar, conhecida como pré-mRNA (precursor de RNA mensageiro). Esse pré-mRNA contém sequências adicionais além daquelas que codificam as proteínas, incluindo intrões e exões. Os intrões são removidos durante o processamento do pré-mRNA, enquanto os exões são mantidos e ligados juntos para formar o RNA mensageiro maduro, que é transportado para o citoplasma para a tradução em proteínas.
Além disso, uma pequena porcentagem do hnRNA pode ser processada para se tornar outros tipos de RNA funcionais, como microRNAs (miRNAs) e RNAs longos não codificantes (lncRNAs). Esses RNAs desempenham papéis importantes em diversos processos celulares, incluindo a regulação gênica e a tradução de proteínas.
Em resumo, o RNA nuclear é um tipo de RNA presente no núcleo das células eucarióticas que desempenha papéis importantes na transcrição, processamento e regulação gênica.
RNA líder para processamento, também conhecido como RNA líder de clivagem ou RNA líder de decaimento, refere-se a um curto segmento de RNA presente no extremo 5' dos pré-mRNAs e alguns outros RNAs processados nas células eucarióticas. Este RNA líder desempenha um papel crucial no processamento do RNA, mais especificamente na remoção de intrões e clivagem do RNA pré-maternal para formar o RNA maduro.
O RNA líder para processamento contém sinais especiais, como a sequência de consenso AG/GU, que serve como um local de reconhecimento para as enzimas envolvidas no processamento do RNA, como a splicing endonuclease. Após o reconhecimento da sequência de consenso, a enzima cliva o RNA em duas partes: o exão e o intrão. Em seguida, outras enzimas removem o intrão e ligam os exões restantes para formar o RNA maduro.
Além disso, o RNA líder também pode desempenhar um papel na estabilidade do RNA, pois a sua presença ou ausência pode influenciar a taxa de decaimento do RNA pré-maternal. Em alguns casos, a remoção do RNA líder para processamento pode ativar o mecanismo de decaimento do RNA, levando à degradação rápida do RNA pré-maternal.
Em resumo, o RNA líder para processamento é uma região importante no extremo 5' dos pré-mRNAs e outros RNAs que desempenham um papel fundamental no processamento do RNA, incluindo a remoção de intrões e clivagem do RNA pré-maternal. Além disso, pode também influenciar a estabilidade do RNA.
RNA polimerase I é um complexo enzimático essencial para a transcrição do DNA em eucariotos. Sua função principal é a síntese de ARN ribossomal 45S (ou pré-ARNr 45S), que é processado posteriormente para formar os principais ARNs ribossomais de 18S, 5,8S e 28S encontrados no rRNA dos ribossomos. Essa enzima está localizada principalmente no nuclolo, uma estrutura presente no núcleo das células eucarióticas, onde ocorre a biogênese do ribossomo. A RNA polimerase I é um componente fundamental do processo de produção de proteínas, desempenhando um papel crucial na tradução gênica e no crescimento e desenvolvimento dos organismos.