A crise da Europa, que é também a falência das suas representações políticas, exprime-se através de diversas manifestações de cidadãos como, por exemplo, os Indignados, em Espanha, as mobilizações que conduziram ao Brexit, até, mais recentemente, os Gillets Jaunes, em França. Se a construção europeia tem vindo a reforçar o imperativo da sua consciência gregária, não é menos verdade que o suposto
movimento democrático e progressista da sua história tem, igualmente, edificado trabalhadores úteis e utilizáveis, motivados para a escravidão, treinados para o sacrifício e assim tornados europeus. Estes sinais, que nos apontam para uma vontade doente e fraca, uma moral de rebanho, que Nietzsche já diagnosticara em Para além do bem e do mal, continuam a difundir-se por toda essa Europa cada vez mais obscura.